A família é o primeiro grupo com o qual uma pessoa convive
e seus membros são exemplos para a vida. No que diz respeito a educação,
se essas pessoas demonstrarem interesses em relação ao que acontece em sala de
aula e reforçarem a
importância do que está sendo
aprendido, estarão dando uma enorme contribuição para o sucesso da aprendizagem
do aluno. Pode parecer simples e é exactamente o que temos pedido aos
responsáveis pelos estudantes de todos os níveis de ensino.
A afectividade, a princípio centrada
nos complexos familiares, amplia sua escala na proporção da multiplicação das relações
sociais e os sentimentos morais, a princípio ligados a uma autoridade que
evoluem no sentido de respeito mútuo e de reciprocidade. O segredo de uma boa
relação familiar é saber ouvir, respeitar as culturas e trabalhar juntos. Para
tanto, é preciso um trabalho de conquista. Só que é difícil haver aproximação
quando só são marcados encontros para falar de problemas de disciplinas e/ou
outro problema em relação ao aluno. Isso causa antipatia no familiar. O bom
relacionamento deve começar na matrícula e se estender a todos os momentos da
vida estudantil do aluno. Envolver os familiares na elaboração de projectos,
eventos e de algumas propostas pedagógicas pode ser a meta principal de uma
grande parceria. Içami Tiba
(1998:27) destaca: a família cobra que a educação seja dada pela escola,
enquanto esta diz que deve vir de berço.
A Constituição Federal Brasileira de
1988 em seu art. 227 sublima a política de protecção à criança e ao adolescente.
É
dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação e
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma
de negligência, discriminação, exploração, crueldade e opressão. ( p, 148 ).
Diante do exposto notamos que há um
grande desafio e perspectivas para alcançarmos verdadeiramente uma educação
pautada na dimensão humana, uma educação que deve ter o alicerce na rocha do
respeito. Respeito às inteligências múltiplas, às potencialidades humanas, ao
crescimento social e intelectual dos que constroem o caminho real da educação.
Cláudia Davis e Zilma de Oliveira após estudos e publicações no sector
conclui,
O
aluno não aprende apenas na escola, mas também através da família, dos amigos,
de pessoas que ele considera significativas, dos meios de comunicação de massa,
das experiências do cotidiano (...) a escola é a instituição social que se
apresenta como responsável pela educação sistemática das crianças, jovens e até
mesmo adultos. (1994:23).
É
nesse sentido que a escola deve organizar-se democraticamente com objectivos
transformadores articulados com interesses dos grupos. A escola só poderá
desempenhar um papel transformador se estiver junto com os interessados, ela
deve estar atenta para atender aos interesses das camadas trabalhadoras. A
participação da comunidade na escola é um caminho que se faz ao caminhar, o que
não elimina a necessidade de se reflectir previamente a respeito dos obstáculos
e potencialidades que a realidade apresenta para acção. Segundo Ivone Boechat
a escola como agência de transformações sociais têm o compromisso de atender
as expectativas que desperta pelo seu grandioso poder de atracção e sedução.
(1998:27).
A
escola é voltada para a postura crítica e
nos diz que o conhecimento é dinâmico e transformador e nos propõe um fazer
pedagógico capaz de criar oportunidades
valorizando talentos, repassando dinamismo, altruísmo e solidariedade. A escola
não pode dispensar tais conceitos de seu currículo. Pois, há uma sede
generalizada de mais afectividade nas relações, a partir de tais conceitos. O
saber é poderosa arma de segurança e autonomia. Portanto, a escola busca junto
da comunidade escolar recursos para trabalhar pelo fortalecimento da
família e condições
básicas para melhorias na
qualidade de vida.
Paulo Freire afirma que,
A
afectividade não se acha excluída da cognoscibilidade. O que não posso
obviamente é permitir que minha afectividade interfira no cumprimento ético de
meu dever de professor (...) não posso condicionar a avaliação do trabalho
escolar de um aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele. (1996: 160).
A prática avaliativa deve estar
coerente com a perspectiva da construção de conhecimentos, esta prática exige do professor domínio e seriedade
amplamente detalhada de sua disciplina. O professor deve actuar junto ao aluno
de forma significativa para que ambos possam construir os resultados
necessários à aprendizagem, assim, ele estará aferindo com seriedade a
aprendizagem do aluno.
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